Em uma reviravolta surpreendente, a juíza Ludmila Lins Grilo, já aposentada compulsoriamente e banida das redes sociais por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, anunciou recentemente que suas contas bancárias foram bloqueadas pelo mesmo magistrado. Em uma entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Ludmila revelou que tomou conhecimento da decisão quando a gerente do banco informou ter recebido a ordem de bloqueio diretamente do ministro Moraes.
A juíza, atualmente exilada nos Estados Unidos, atribui a medida coercitiva à sua fuga do Brasil para evitar perseguições judiciais. Ao ser questionada sobre as próximas ações, Ludmila afirmou que não pretende retornar enquanto persistir o que ela classifica como "ditadura no Brasil". No entanto, ela planeja utilizar o bloqueio de suas contas bancárias como elemento em seu processo de asilo nos Estados Unidos e em outras iniciativas internacionais, detalhes dos quais ela não pode revelar no momento.
A informação sobre o bloqueio das contas foi inicialmente divulgada por Ludmila durante uma transmissão ao vivo em seu canal no YouTube, acessível no Brasil apenas por meio de uma rede privada virtual (VPN). Ludmila destacou sua determinação em continuar expressando suas opiniões, mesmo diante de obstáculos financeiros, reiterando seu compromisso com o que ela considera certo.
"Ainda que eu perca tudo, não quero ser omissa [...] Não me arrependo de nada do que fiz, faria tudo de novo, viria para o exílio, perderia salário, não estou nem aí. Tenho que fazer o que é o certo, que é o que estou fazendo aqui [...] Podem contar comigo", afirmou a juíza em sua transmissão.
Ludmila não está sozinha em sua escolha de se exilar nos Estados Unidos, juntando-se a outros brasileiros como os jornalistas Allan dos Santos e Paulo Figueiredo, que também deixaram o país devido a decisões do STF. Em sua live, a juíza abordou a recente operação que envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, prometendo utilizar seu canal para comentar sobre o que ela considera "decisões injustas".
Além disso, Ludmila desafiou os professores de Direito, alegando que têm o dever moral de denunciar abusos perpetrados pelo Judiciário brasileiro. Em suas palavras: "Se você tem algo a dizer e se cala, você está sendo cúmplice. E se você se cala tendo lugar de fala, sendo professor de direito, sendo reconhecido na sociedade como uma pessoa que pode falar sobre aquele assunto e você se cala, você é cúmplice."
A juíza ainda ressaltou que, em sua visão, o "regime" instaurado no Brasil ultrapassou limites até mesmo comparáveis à ditadura da Venezuela, chegando a equiparar o país ao regime comunista da China.
Ludmila Grilo, anteriormente submetida à aposentadoria compulsória pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais em maio deste ano, teve seu afastamento associado a processos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As acusações incluíam análises críticas sobre decisões do STF, participação em eventos conservadores e amizade com o jornalista exilado Allan dos Santos. Seu canal no YouTube continua sendo uma plataforma onde ela busca expressar suas opiniões e criticar atuações judiciais que considera injustas.
Veja explicação da própria Juíza Ludmila Grilo, no canal Fio Diário.
Comments