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Avanço do crime organizado na Baixada Santista tem PCC e porto como pano de fundo

Avanço do Crime Organizado na Baixada Santista e a Ação Policial

Na segunda-feira (31), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se manifestou sobre a ação da corporação, defendendo que não houve excesso e que polícia reagiu a ameaças após mortes na Baixada Santista.
Foto: Divulgação/Governo de São Paulo.

A Baixada Santista, região do litoral paulista, tem sido palco de uma crescente onda de violência protagonizada pelo avanço do crime organizado, em especial, pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil e do mundo. A disputa por territórios e o tráfico de drogas intensificaram-se na região, principalmente nas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente, onde o porto de Santos desempenha um papel crucial como centro de distribuição de drogas.

O perímetro ao redor do porto de Santos é considerado um dos maiores pontos de tráfico internacional de drogas do planeta, facilitando o fluxo de entorpecentes para diversos continentes, incluindo a Europa. A presença do PCC e outros grupos criminosos nas nove cidades da região, marcada por morros e mangues que dificultam o acesso policial, tem gerado uma crescente tensão na segurança pública.

A escalada da violência recentemente resultou no assassinato do policial militar Patrick Reis, de 30 anos, membro das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), durante um patrulhamento em uma comunidade no Guarujá. Essa tragédia desencadeou a Operação Escudo, uma ação policial intensiva com o objetivo de combater o crime organizado na região. Durante a operação, confrontos entre a polícia e criminosos levaram à morte de pelo menos 14 suspeitos.

No entanto, a resposta da sociedade e de alguns setores ideológicos à operação policial tem revelado um duplo padrão de análise. Enquanto as vítimas da criminalidade muitas vezes são desconsideradas, as reações ideológicas tendem a enfatizar a atuação policial, questionando a proporcionalidade das ações e alimentando narrativas que podem acabar favorecendo os criminosos.

Militantes ideológicos têm questionado a atuação da polícia, alegando excessos e promovendo narrativas que, por vezes, relativizam a violência criminosa e colocam em dúvida a atuação das forças de segurança. Esse tipo de discurso, embora fundamentado em princípios de defesa dos direitos humanos, pode contribuir para a legitimação das ações de criminosos, minando a confiança na polícia e enfraquecendo o combate ao crime organizado.

O promotor de Justiça do Gaeco, Lincoln Gakiya, ressalta que o combate às organizações criminosas exige um esforço conjunto, incluindo o rastreamento e localização do dinheiro utilizado por esses grupos. A região da Baixada Santista, devido à sua importância como ponto de distribuição de drogas, tornou-se uma peça-chave nas operações das facções criminosas, aumentando a necessidade de ações coordenadas para combater essa influência.

O avanço do crime organizado na Baixada Santista tem raízes profundas, incluindo a atuação do PCC, disputas territoriais e o papel do porto de Santos na logística do tráfico. As autoridades de segurança pública enfrentam um desafio complexo, exigindo não apenas uma resposta policial firme, mas também um entendimento mais amplo das implicações sociais e ideológicas envolvidas no combate ao crime. A relativização da violência, por meio de discursos ideológicos, pode minar os esforços para restabelecer a ordem e segurança na região.

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